A experiência de assistir “Triângulo da Tristeza” ultrapassou qualquer expectativa que a sinopse, aparentemente simples, pudesse ter gerado – “um cruzeiro para os super-ricos afunda, deixando os sobreviventes, incluindo um casal de celebridades, presos em uma ilha”.
É bem verdade que essa ideia já enche os olhos, sobretudo por estar em total conformidade com o tema da moda “eat the rich” – explorado com competência nas telonas (“O Menu”) e telinhas (“The White Lotus”). Para os já versados em Ruben Ostlund (“Força Maior” e “The Square: a arte da discórdia”), fica claro que o tema cai como uma luva no colo do diretor sueco, que trabalha a ironia das relações pessoais com maestria.
Já para os iniciantes na obra do cineasta, o filme segue sendo um triunfo. Repleto de crítica social, boas atuações e um roteiro afiado que junta diferentes personalidades de classes sociais distintas presas em um mesmo local, temos a receita perfeita para risadas autênticas (e amarelas). De quebra, temos grandes reflexões e diálogos ágeis e inteligentes (e vale lembrar que uma das três indicações que o filme recebeu foi a de Roteiro Original).
Destaque ainda para a excelente participação de Woody Harrelson como o capitão do navio e para uma inspirada Dolly De Leon que, na pele da camareira Abigail, nos coloca pra pensar no formato da luta de classes moderna. Apesar de muito contestado, o prêmio da Palma de Ouro recebido em Cannes, bem como as trés indicações ao Oscar (incluindo Melhor Filme) têm sua razão de existir.
Se irá levar as estatuetas douradas, aí já é outra história. Por ora, podemos dizer que “Triângulo da Tristeza” vale a visita ao cinema mais próximo. E fica o aviso: o filme vai aflorar todas as sensações nas quais você pode (ou não) se refestelar.
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