Raquel 1:1

Raquel 1:1

“Em nome das que se foram e das que virão, uma nova era deverá começar.”
Raquel 1:1: o verdadeiro mal do homem é a intolerância

“Raquel 1:1” é o mais novo lançamento do cinema indie brasileiro. Lançado em 2022 com a primeira exibição no Festival South by Southwest (SXSW), ele traz a história da adolescente religiosa Raquel (Valentina Herszage), que se muda para uma pequena cidade no interior do Brasil com o pai.

Não demora para que a jovem faça amizade com um grupo de garotas da igreja evangélica local, adentrando um despertar espiritual que a incentiva a reescrever a Bíblia. Ela passa a lidar com a heresia e a loucura, a fé e o respeito, e vai lutar – junto com seus seguidores – pelo que realmente acha certo.

À sua maneira, o filme ecoa a discussão proposta no oscarizado “Entre Mulheres”:

“Eu quis propor uma reflexão sobre a violência contra a mulher, a religião e a nossa sociedade, e como esses temas se cruzam”, afirma Mariana Bastos, diretora do filme. 

Chama a atenção como a obra consegue colocar, lado a lado, dois assuntos tão complexos: o feminicídio e a intolerância religiosa (seja com o pai descrente ou com os irmãos fervorosos da igreja). O sinal de que o longa agradou foi dado na cabine para a imprensa: ao olhar pela sala de cinema, boa parte dos espectadores estavam sentados na ponta da cadeira. A tensão vai se criando aos poucos, deixando quem assiste aflito/a, ansioso/a para um desfecho que certamente deixará margem para discussões:

“As conclusões são do público. Sinto que o papel do filme não é te entregar uma resposta, mas perguntas”, reforça a jovem cineasta, que prefere não detalhar os easter eggs escondidos na produção.

Já para Valentina Herszage, Raquel passa por uma jornada de descobrimento, seu próprio coming of age:

“Raquel é uma personagem que está descobrindo esse feminismo – no caso dela, por meio da religião e da Bíblia. É um filme sobre as violências que sofremos no dia a dia, sejam elas pequenas ou grandes. É interessante que a personagem esteja passando pela adolescência, um período em que as coisas se revelam e são misteriosas. A Raquel explora as novas possibilidades da mulher no mundo.” 

Raquel 1:1

A produção fez parte do 37º Festival Internacional de Guadalajara, no México, como um dos representantes do Brasil na Competição Oficial de Longas-Metragens Ibero-Americanos. Esteve também presente em festivais de Portugal, Alemanha, Itália e outros países. Por aqui, tem lançamento da O2 Play, e estreia nas salas de cinema a partir de 23 de março em apenas duas salas paulistanas: Cine Marquise e Caixa Belas Artes.

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